O Labor Movens: Grupo de Estudos e Pesquisas em Condições de Trabalho no Turismo, vinculado à Universidade Federal do Tocantins (UFT), e o OTTUR: Observatório do Trabalho no Turismo, vinculado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE), apresentam a 2ª edição do Seminário Virtual “Perspectivas Críticas sobre o Trabalho no Turismo”, cujo tema é “Rupturas e continuidades do trabalho no turismo no(s) contexto(s) da pandemia”.
 

Nesta edição, o objetivo é refletir sobre os impactos diretos da pandemia à classe trabalhadora do turismo. Referimo-nos a toda sorte de resultados da crise pandêmica e econômica para os trabalhadores do setor: demissões, suspensão de contratos e redução de jornadas e salários dos formais, agudização da vulnerabilidade social dos informais e instabilidade financeira dos microempreendedores e pequenos empresários.
 

A pandemia escancarou, em verdade, a “desproteção completa e cabal da classe trabalhadora” (ANTUNES, 2020) e a sua completa descartabilidade. Somente no turismo, registram-se 1.165.260 postos de trabalho perdidos, segundo dados do CAGED e da PNAD-C. São 406.697 empregos formais perdidos, entre março e agosto de 2020, e 758.563 ocupações informais perdidas, saldo entre o 1º e 2º trimestre de 2020. 
 

No(s) contexto(s) da pandemia, são verificadas RUPTURAS aos direitos sociais do trabalho, às garantias de dignidade na ação laboral, ao direito constitucional de saúde pública e segurança sanitária, às garantias de estabilidade do emprego, às políticas de promoção de emprego.

Ao mesmo tempo, a exploração do trabalho CONTINUA e se intensifica por meio do crescimento da perda de empregos formais, da “uberização” do trabalho, da precarização das condições e relações do trabalho, do empobrecimento e da exclusão social dos trabalhadores.

Assim, o trabalho no turismo, que sempre foi marcado pela sua baixa qualidade, ganha contornos mais acentuados com a pandemia da COVID-19. Desejamos que o seminário seja um importante espaço para reflexão entre pesquisadores e estudantes sobre essa triste realidade para a classe trabalhadora do turismo. E que esse espaço dialógico suscite a proposição de caminhos possíveis para um outro turismo e, não menos importante, um outro trabalho no turismo.

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Angela Teberga

Coordenadora do Labor Movens

Professora da Universidade Federal do Tocantins

Iraneide Pereira

Coordenadora do Observatório do Trabalho no Turismo - OTTUR

Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco

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